Alternativas Saudáveis: Receitas de Saúde & Bem-Estar

Você fala o que sente?

Com o estrondoso avanço tecnológico, que nos brindou com uma sofisticada parafernália de aparelhos super inteligentes, nunca nos comunicamos tanto. Será?

Em geral, fala-se muito sobre problemas de trânsito, sobre as recentes manifestações políticas, sobre o preço do tomate que está pela hora da morte, enfim, sobre todas essas coisas “externas”  falamos sem parar, falamos até demais.

Muitas vezes, nem ouvimos o que as outras pessoas estão tentando nos dizer, tamanha a nossa ansiedade. Reinaldo Passadori, especialista em comunicação, diz que o bom comunicador é aquele que ouve as outras pessoas.

falar a verdade ajuda nos relacionamentos

E, em relação aos nossos sentimentos, às nossas coisas “internas”, será que somos assim tão veementes? O quanto conseguimos de fato expressar? Será que é tão fácil assim? Segundo Marshall Rosenberg, autor do livro Nonviolent Communication, nós somos treinados para ficar em sintonia com o que as outras pessoas querem e, não, com o que nós queremos. Desde cedo aprendemos a “dar voltas na cabeça” pensando: “O que os outros acham que é o certo para eu falar ou fazer?”, completa Rosenberg.

A observação mostra que muitos de nós não conseguimos falar o que sentimos, quando alguém nos faz algo que não gostamos. Preferimos nos reprimir, ficamos magoados e, continuamos a lidar com aquela pessoa como se nada tivesse acontecido. Será que a longo prazo esse tipo de atitude não acabaria abrindo um abismo entre nós e as pessoas?

Segundo Marshall Rosenberg, o impacto positivo que imprimimos aos nossos relacionamentos, quando expressamos a nossa vulnerabilidade, é muito benéfico tanto para nós quanto para as pessoas com quem nos relacionamos. Burge Smith, criadora do método The Essence of Being,  afirma que é na nossa vulnerabilidade que mora a nossa força. Rosenberg complementa que expressar a nossa vulnerabilidade, ou seja, mostrar como nos sentimos, pode nos ajudar a resolver muitos conflitos.

Todos nós cometemos erros, somos todos falíveis de falhas. Às vezes, não conseguimos avaliar bem uma determinada situação devido a um problema de saúde. Tudo pode acontecer. A verdade é que não existe uma cabeça igual à outra.

Mas, se não tivermos um interesse verdadeiro em alimentarmos os nossos relacionamentos, sejam de que tipo forem, não conseguiremos transcender as muralhas de conflito, que se erguem ao longo da nossa caminhada e, em consequência disso, não teremos o privilégio de vislumbrar a beleza que se descortina diante de qualquer tipo de reconciliação que seja de fato sincera.

Quais seriam os elementos necessários para sermos transparentes e equilibrados nos nossos relacionamentos? Colocar e respeitar limites? Assertividade? Gentileza? Coragem? Talvez um pouco de cada coisa e, principalmente  muita boa vontade. Boa vontade em se engajar, de verdade, com o coração.  A recompensa é maravilhosa: relacionamentos que geram bem-estar, aconchego e muita saúde!

A escritora e filósofa norte-americana Marianne Williamson diz que quando não perdoamos alguém ou alguma situação, essa falta de perdão envenena toda a nossa vida e, nos causa toda a sorte de doenças. Não perdoa a pessoa que não consegue dizer o que sente. À medida que o tempo passa, como não consegue “passar a limpo”, a pessoa vai re-sentir a mágoa toda vez que se lembrar do tal episódio.

Segundo o escritor inglês George Orwell, “dizer a verdade é um ato revolucionário”. Revolucionário ou não, cada vez mais percebemos que precisamos nos treinar a expressar o que sentimos, pelo nosso bem e pelo bem de todos os envolvidos. Isso não é fácil, pra muitos de nós, um verdadeiro tabu.

E você, acha que não falar o que sente é dificuldade ou tabu?

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