Tido por muitos como o poeta brasileiro mais influente do século XX, Carlos Drummond de Andrade, que nasceu na pacata cidade de Itabira, antes de qualquer coisa, era mineiro.
A impressão que se tem é que, pelo estado de Minas Gerais ser do interior, por ter se espalhado por entre montanhas, ele confere ao seu povo um talento nato para aquela introspecção do tipo criativo, traço forte da obra genial de Drummond.
Sua obra se caracteriza pela liberdade linguística, pelo verso livre e, pelas temáticas cotidianas.
Para ilustrar um belo poema de Drummond chamado de “As sem-razões do Amor”, seguem algumas criações, feitas por esta que lhes escreve, que estão à venda. Estas telas foram feitas com técnica mista, aplicada ao background, sobre o qual foram aplicadas fotos (relativas ao tema), do extraordinário fotógrafo francês Robert Doisneau.
Doisneau é um monstro sagrado das Artes, um dos meus favoritos, para o qual irei dedicar um artigo inteiro, num futuro próximo. Ele merece e, nós também!
by MariaFernanda
tela em técnica mista
30 X 30
com aplicação de foto
de Robert Doisneau
à venda
E, com vocês…
As sem-razões do amor
Carlos Drummond de Andrade
Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
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